Marca do CREA-PA para impressão
Disponível em <https://creapa.org.br/fiscalizacao-os-perigos-causados-pelos-defensivos-agricolas-em-contato-com-a-agua/>.
Acesso em 26/01/2025 às 05h44.

FISCALIZAÇÃO: Os perigos causados pelos defensivos agrícolas em contato com a água

Entrevistamos a Conselheira da Câmara de Agronomia, Engª Agrônoma Layse Goretti e o membro da diretoria do Conselho Eng. Sanitarista e Ambiental Arthur Arrais para comentar sobre o assunto.

2 de janeiro de 2025, às 9h39 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

Diante do acontecimento na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga a cidade de Aguiarnópolis, no Tocantins, e a cidade de Estreito, no Maranhão ocasionando a queda de caminhões que transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico. Em torno disso, a equipe de Comunicação do CREA-PA entrevistou a Conselheira da Câmara Titular de Agronomia, Engª Agrônoma Layse Goretti e o membro da diretoria do Conselho Eng. Sanitarista e Ambiental Arthur Arrais, para comentar sobre os perigos causados pelos produtos químicos em contato com água e do meio ambiente, preocupando a saúde de animais e pessoas.

Quais os perigos causados por defensivos agrícolas e dos produtos químicos quando em contato com a água?

“O principal perigo é se as embalagens romperem . A carga não continha somente um tipo de de agrotóxico, são vários ingredientes ativos, e o perigo é a contaminação da “Ictiofauna” que habita esse ecossistema. Por exemplo, os peixes que podem se contaminar, e, com o efeito residual inclusive desses produtos a longo prazo, podem vir a contaminar as pessoas que estão consumindo esses peixes. Tomamos conhecimento que as embalagens estão amassadas, muito pela pressão da água exercida sobre elas, ja que estão aproximadamente a uns 30 metros de profundidade, o que equivale aproximadamente a 4atm de pressão. Os produtos transportados possuem densidade maior do que a da água, o fato das embalagens estarem no fundo significa que o conteúdos delas ainda está presente. Caso contrário, se tivessem sido danificadas, pela pressão da água, o conteúdo interno teria sido expelido para o rio, e ela se encheria de água. Ao igualar as densidades, estas embalagens então flutuariam para superfície. Fato esse ainda não constatado” disse.

Qual a participação da fiscalização dos CREAs frente a esses perigos?

“Estão sendo feitas várias diligências, várias instituições estão acompanhando a situação, fazendo a análise de água. o Ministério Público do Estado do Pará já abriu procedimento para acompanhar a situação. O CREA está ajudando com relação a verificar a origem desses produtos, pois já estamos com as notas fiscais de aquisição dos produtos em mãos e já sabemos a origem e destino dos produtos. Então, nós poderemos fazer uma força tarefa enquanto CREA para ir nas lojas que adquiriram esses produtos, para saber se esses produtos foram adquiridos com receituário agronômico e se está tudo conforme a lei. Verificar se esses produtos são legais, quando digo legal, é referente ao ponto de vista da legislação, produtos registrados no ministério da agricultura e cadastrados na ADEPARA, portanto aptos para serem comercializados no território brasileiro, por conseguinte no estado do Pará”.

Comentou a Engª. Agrônoma Layse Goretti Bastos Barbosa, fiscal Estadual Agropecuária e Conselheira Titular da Câmara de Agronomia do CREA-PA.

 

Engª. Agrônoma Layse Goretti Bastos Barbosa.

 

Quais os perigos que pode ocorrer no Rio Tocantins depois do incidente da ponte?

“Em relação ao risco associado destaco à liberação de agentes poluentes como o ácido sulfúrico e os pesticidas que estão acondicionados nos caminhões, que consiste no comprometimento qualitativo do Rio Tocantins, fruto das alterações ambientais decorrentes do eventual lançamento desses agentes; refletindo na possibilidade da não garantia dos usos múltiplos da água na referida bacia hidrográfica”.

Enquanto a participação dos CREAs durante a fiscalização feita?

“Nesse sentido, a importância da fiscalização do nosso Regional consiste na manutenção dessas estruturas, visando à garantia da vida útil das mesmas e, consequentemente, na mitigação dos riscos da ocorrência de eventos que demandem a adoção de medidas de contingência e emergência” ressaltou o membro da Diretoria do CREA-PA, Eng. Sanitarista e Ambiental Arthur Arrais.

A contaminação do rio é investigada pelo Ministério Público Federal (MPF). As causas do acidente são investigadas pelas autoridades. O Rio Tocantins é o segundo maior rio que se encontra totalmente em território brasileiro, segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, e liga diversos municípios do Brasil, situados na região Norte. Saiba mais sobre o caso lendo a matéria publicada em nosso site oficial, https://creapa.org.br/

 

Membro da diretoria do Conselho Eng. Sanitarista e Ambiental Arthur Arrais.