COP30 e a importância da Engenharia
Em entrevista ao Conselho, a Engenheira Sanitarista e Ambiental, Diretora Executiva da empresa Tekohá Soluções Ambientais e Engenharia, Mílian Martins, respondeu algumas perguntas referente ao evento.12 de setembro de 2024, às 13h41 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
A capital do Estado do Pará, Belém, está em preparação para sediar a reunião da Cúpula Climática da Organização das Nações Unidas – ONU, a COP 30, evento global, que atrai líderes mundiais, cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil.
O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – CONFEA, com o apoio do CREA-PA, estão fiscalizando melhorias significativas em infraestrutura e foco em sustentabilidade. Se tratando da Engenharia, ela ajuda na qualidade e sustentabilidade dessas obras, que focam em saneamento básico, mobilidade urbana e drenagem.
É a primeira vez que o Brasil recebe a principal conferência internacional sobre clima, no ambiente próprio da Amazônia, que retrata a questão ambiental. Está sendo comentada como a “COP da floresta”, e será uma oportunidade única para destacar a importância da Amazônia, na luta contra as mudanças climáticas.
Diversas discussões serão analisadas, exemplo de científica, técnica e humanizada, sobre as questões ambientais. É hora de ouvir “as pessoas da Amazônia”, ouvir comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhos. O Governo do Estado do Pará, tem uma ideia na elaboração de uma estrutura específica para povos indígenas. Uma estrutura organizacional, para uma organização multicultural.
Mais de 5 bilhões de reais em infraestrutura serão trabalhados para os projetos da COP. É esperado 140 Chefes de Estados e representantes. Atualmente o Pará pode ocupar espaço no debate global sobre sustentabilidade. Segundo informações dos representantes do Governo do Estado, pretende-se fazer com que grandes líderes mundiais visitem a Amazônia, para mostrar seus compromissos diante das urgências ambientais de forma efetiva.
Em torno disso podemos nos perguntar, como o Pará está se preparando para esse evento global? E qual a importância do papel do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará em torno disso?
Segundo a Presidente do CREA-PA, Enga. Civil Adriana Falconeri, “acreditamos que a contribuição dos profissionais nos eventos pré-COP30 é fundamental para o desenvolvimento de soluções que podem ser apresentadas no evento”.
Em entrevista ao Conselho, a Engenheira Sanitarista e Ambiental, Diretora Executiva da empresa Tekohá Soluções Ambientais e Engenharia, Mílian Martins, respondeu algumas perguntas referente ao evento.
O que esperar sobre a posição da Engenharia depois da COP30?
“Com a COP 30 sendo realizada em Belém, acho seguro esperar que as Engenharias ganhem maior destaque, tanto a nível local quanto global, já que sediaremos um evento com visibilidade internacional. Na área da Engenharia Ambiental, levando em consideração que o evento trará também visibilidade para os desafios ambientais da nossa região, o que trará, consequentemente, prováveis investimentos em projetos voltados para o desenvolvimento sustentável, isso pode significar um aumento na demanda por profissionais especializados em algumas áreas, como por exemplo: gestão de recursos hídricos, saneamento básico, energias renováveis, soluções de infraestrutura verde, gestão de resíduos sólidos dentre tantas outras”.
Qual o papel do Engenheiro Ambiental, frente aos projetos para a COP30 em Belém?
“Como Engenheira Ambiental atuando com licenciamento ambiental, posso dizer que nosso papel nos projetos relacionados à preparação de Belém para a COP 30 é essencial para garantir que as obras e atividades planejadas estejam em conformidade com as legislações ambientais vigentes, e aqui podemos falar sobre as Emissões de Licenças Ambientais, já que são nos processos de licenciamento que conseguimos garantir que todos os empreendimentos e obras, mesmo temporárias, estejam de acordo com as exigências legais. Isso envolve o acompanhamento de todas as fases, desde a obtenção da Licença Prévia (LP) até a Licença de Operação (LO)”.
O que representa para você, como profissional, a importância de um evento global como esse, sediado na Amazônia, na capital do Pará?
“Como Engenheira Ambiental, a importância da COP 30, sendo realizada na Amazônia, e mais especificamente em Belém, é imensa em diversos aspectos. Representa uma oportunidade única de dar visibilidade global à região amazônica, colocando-a no centro das discussões climáticas, será um momento de fortalecer o protagonismo local. As discussões sobre a nossa região, normalmente ocorrem fora daqui, em centros urbanos distantes. Trazer o evento para Belém significa dar voz às populações locais, comunidades tradicionais e aos profissionais que vivem e lidam diariamente com os desafios amazônicos. Isso me inspira a continuar sempre buscando conhecimento. Para mim, como profissional que atua com licenciamento ambiental, o evento amplifica a importância do meu trabalho. Ele demonstra como o desenvolvimento econômico e social pode ser equilibrado com a proteção ambiental, um dos grandes desafios da nossa região. Ver Belém receber esse evento é uma oportunidade de mostrar que é possível crescer de forma sustentável”.
Mílian Martins é natural de Mocajuba-PA, porém reside em Belém à alguns anos, trabalhando com Licenciamento Ambiental.
Mas o que é exatamente a COP30?
COP significa “Conferência das Partes” (“Conference of the Parties”, da sigla em inglês), em que as partes representam os países-membros associados, que se reúnem durante o evento, por um período de duas semanas, para avaliar a situação das mudanças climáticas no planeta.
A primeira COP ocorreu em Berlim, na Alemanha, quando o tratado de 1992, assinado por 197 países, entrou em vigor, com o compromisso coletivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. Desde então, a ONU convoca todos os países para a cúpula climática, para uma reunião periódica.